Era uma vez um mexicano manco, que vivia no deserto egípcio com sua irmã. Eles não tinham casa, nem família, estavam sozinhos vagando sem rumo, até que um dia um gênio apareceu para eles.
- Sou Zerefet o gênio da pirâmide secreta, se a encontrarem, prometo conceder dois desejos para cada um.
A irmã do mexicano não se assustou, mas respirando fundo perguntou ao gênio.
- Senhor Zerefet, nos dê alguma dica de onde está a pirâmide secreta.
O gênio olhou a menina nos olhos, eram lindos olhos azuis que contrastava com sua pele bronzeada pelo sol do deserto.
- Minha jovem, não posso dar dicas, se não, não seria secreta, siga seu coração que ele te mostrará o caminho.
O mexicano olhou intrigado para o gênio, mas sabia que não conseguiria pistas com ele, então começou a mancar a procura da pirâmide.
- Irmão, como iremos encontrar essa pirâmide?
- É simples minha irmãzinha. Vamos para o topo daquele monte de areia. – disse o mexicano apontando para o monte mais alto que a vista alcançava. – De lá conseguiremos ver todo o deserto.
E assim foi feito, os irmão foram até o topo do monte e começaram a procurar pela pirâmide.
- Irmão, aquela não seria a pirâmide? – perguntou a menina apontando para um toco que parecia a ponta de uma pirâmide.
- Sim, deve ser lá! Gênio apareça, encontramos a pirâmide! – ordenou o mexicano.
O gênio se materializou em cima dos irmão e os olhou com reprovação.
- Agora vocês tem que encontrarem a porta da pirâmide e me desenterrarem, meu poder está lacrado lá. – logo em seguida o gênio desapareceu.
Os irmãos não agüentavam mais e desceram rolando monte a baixo. Ao chegar a base do monte foram se rastejando até a pirâmide.
- Irmão, como vamos desenterrar o gênio? – perguntou a menina enquanto tentava, sem sucesso cavar com as mãos. – A pirâmide deve estar a mais de 8 mil metros de profundidade.
- Continue a cavar, pode demorar, mas conseguiremos realizar nossos desejos. – incentivou o mexicano enquanto começava a cavar.
A noite chegou e os irmão ainda cavavam.
- Irmão, está tarde e estou cansada, vou dormir um pouco. – avisou a menina enquanto se deitava e usava um motinho de areia como travesseiro.
O mexicano continuou a cavar até desmaiar de sono. A menina acordou e viu que o irmão dormia, sem pensar duas vezes voltou a cavar sem fazer barulho, não queria acordar seu irmão. Algumas horas depois o mexicano acordou e se espreguiçou, vendo sua irmã trabalhar, rapidamente voltou a cavar.
- O que pedirá ao gênio, irmão? – perguntou a menina tentando se distrair e esquecer o cansaço.
- Ainda não me decidi. – respondeu o mexicano. – E você? O que pedirá?
A menina deu os ombros, também não fazia ideia do que pedir. Aos poucos o cansaço, a fome e a sede começaram a bater.
- Irmão, estamos cavando a procura de um gênio para realizar nossos desejos, mas ainda não temos desejos e estamos morrendo de fome, sede e cansaço. Isso é loucura! Somos loucos!
O mexicano continuou a cavar, ainda faltava muito e entendia os argumentos de sua irmã, mas sabia que precisava dos desejos. O mexicano é surpreso por gotas de chuvas que pingam em seu ombro. Os irmão viram seus rostos para o céu e abrem suas bocas no intuito de beberem água. Uma hora se passa, a chuva acaba e o calor volta com tudo. Os irmão voltam a cavar, mas a chuva ajudou no trabalho, desenterrando boa parte da pirâmide. Dias se passaram e os irmão continuaram a cavar. No quinto dia, os irmão encontram a porta e liberam o poder do gênio.
- Parabéns senhor e senhorita, você conseguiram me desenterrar. Obrigado por me liberarem. E como prometido, realizarei seus pedidos.
O mexicano pensou um pouco e se decidiu.
- Senhor Zerefet, meu primeiro desejo é não ser mais manco!
- Se assim desejas... – o gênio piscou os olhos e o mexicano parou de mancar.
- E meu segundo desejo é voltar para o México com minha irmã.
- Se assim desejas... – gênio novamente piscou os olhos e desta vez, eles foram transportado para o México.
- Senhor Zerefet, meu primeiro desejo é ser rica e famosa junto com meu irmão.
- Se assim desejas... – o gênio novamente piscou os olhos e eles foram novamente transportados, desta vez para uma mansão com vários servos e paparazes na porta.
- E meu último desejo é que eu e meu irmão tenhamos a capacidade de realizar nossos desejos a qualquer hora, sem necessitar de um gênio.
- Que desejo difícil, mas se assim desejas... – o gênio piscou uma ultima vez e os irmãos sentiram se inundar por um poder mágico.
Os irmão ficaram felizes e acabaram por esquecer de agradecer o gênio, que magoado decidiu se vingar.
- Por terem se esquecido dos modos e da humildade realizarei o meu desejo, que é que vocês conheçam a morte que tanto merecem. – o gênio piscou e ao abrir os olhos viu os irmão caírem duro.
Curiosa, ao fim da história perguntei ao meu professor que havia me contado como poderia existir gênios. Com seu ar de educador me respondeu com um sorriso.
- Não sei, só sei que foi assim.